Integrada nas comemorações dos seus 30 anos de atividade, o Centro Português de Serigrafia (CPS) em parceria com o Museu do Côa, inaugurou a 30 de Maio de 2015 a exposição 1/81que apresenta sete edições de obra gráfica original e instalações site-specific desenvolvidas por uma nova geração de criadores afetos à dimensão pública da arte: Alexandre Farto (aka Vhils), Miguel Januário, Paulo Arraiano, Pedro Matos, Ricardo Passaporte, Sandro Resende e Susana Anágua /Ana Romana.
O desafio para cada artista centrou-se numa resposta visual tomando a Lua como o mais universal dos espaços expositivos a partir da Terra, visível por todos os seus habitantes.
O projeto resultou em sete criações produzidas no Atelier CPS, que disponibilizou aos artistas convidados as suas instalações, para que aí pudessem explorar livremente as técnicas da serigrafia e da gravura, contando com o apoio do seu experiente corpo técnico.
As visitas de campo realizadas à região por alguns dos artistas, proporcionaram o enriquecimento da exposição com intervenções site-specific no espaço museológico, reveladoras de novas abordagens e linguagens estéticas.
Segundo Paulo Arraiano, comissário da exposição:
“1/81” parte da correlação da massa existente entre a Terra e a Lua. Sendo este o único satélite natural da Terra e o quinto maior do Sistema Solar, é também o maior satélite natural de um planeta no sistema solar. Em relação ao tamanho do seu corpo primário, tem 27% do diâmetro e 60% da densidade da Terra, o que representa 1⁄81 da sua massa.
Correlacionamo-nos numa sociedade dita contemporânea, controlada por satélites artificiais, onde a velocidade de uma geração do “post-digital” e "new media” ditam o tempo, a velocidade e substituem de uma forma artificial o mundo natural/analógico. O frequente “scroll" à realidade, pela procura de “novas histórias” onde se perde a referência à contemplação, contribuindo cada vez mais para o afastamento do ser humano ao elemento natureza. Uma realidade onde a tradição pictórica das paisagens parece já não dar conta da intrincada rede de significados que emerge das grandes metrópoles.
Sete artistas provocados pela inquietude de quem habita um espaço do qual não se pode apreender o todo, condição que nos leva a reinventar a maneira como lemos e interpretamos o mesmo, debatem novas formas de diálogo, relações humanas e processos de contemplação. O olhar novamente para o que já lá se encontrava antes do elemento “homem”.
Celebrando os 30 anos, o CPS, (Centro Português de Serigrafia) convida estes sete artistas a multiplicarem o seu trabalho por 81 através de uma exposição, onde a serigrafia e a gravura se fazem acompanhar de peças originais no Museu do Côa.”
Museu do Côa
Rua do Museu 5150-610 Vila Nova de Foz Côa
GPS
N 41º 04´ 47,5” /
W 7.º 06’ 44,4”
www.arte-coa.pt
Exposição patente até 9 de Agosto de 2015